23 março, 2009

Óbvio e necessário

Quando subiram os créditos de Gran Torino, eu estava emocionadíssima. Emocionada assim de não conseguir falar direito, de soluçar. E foi nas escadas rolantes do shopping que ouvi do Yuri:

- É um ótimo filme, mas o roteiro é muito óbvio.

E é verdade mesmo. O roteiro de Gran Torino é muito óbvio. Fato. Contudo, nem de longe é um filme ruim. Pelo contrário. Trata-se de um longa belíssimo, como só o Clint Eastwood sabe dirigir. Mas fiquei com a declaração sincera do Yuri na cabeça (sempre levo a sério as coisas que o Yuri diz, ele é muito inteligente). E, sabe Deus se por falta de coisa melhor para pensar, pensei nisso o fim de semana todo.


Get off my lawn! Grrrrr

E cheguei a conclusão de que, aos quase 80 anos de idade e 53 de carreira, Clint Eastwood não quer impressionar ninguém. Nem eu, nem você, nem a Academia. Absolutamente ninguém. E ele não precisa mesmo. Tudo o que ele quer, acho, é nos contar uma história. E isso ele vem fazendo sem surpresas em Menina de Ouro, A Troca e Gran Torino. Apenas para citar alguns.

E nessas histórias óbvias, Clint Eastwood nos lembra que a gente pode continuar tendo esperanças, que existem pessoas que lutam por justiça, por amor, pelos seus sonhos, por suas crenças. E é disso que a vida precisa, que a gente precisa. Ou que eu preciso. De histórias óbvias que nos inspirem.