07 janeiro, 2008

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Confesso: estava meio sem querer ouvir a Feist porque, bom, vi um clipe dela na MTV, canal que não inspira lá muita confiança. Venci o preconceito e baixei o último cd da cantora canadense (The Reminder). Gostei demais. Calminho, cheio de personalidade - embora ela seja comparada com a australiana Cat Power - , belas letras. Um dos melhores discos de 2007. Um parênteses: ano passado foi ótimo para as meninas da boa música. Um ano em que Britney enlouqueceu e no qual tivemos gratas surpresas como Kate Nash e Regina Spektor, além da própria Feist.

Gosto de todas as faixas de The Reminder. E isso é muito raro. Aprecio mais as músicas My moon, my man e The limit to your love. Lindas. A primeira é mais agitada, dona de uma melodia dessas que ficam na cabeça o dia todo. A outra é uma balada das que me emocionam. E arrisco a dizer que a voz da Feist deixam todas as conções bem mais bonitas.

Quero retornar ao ponto em que mencionei o termo "belas letras" (um quesito que deve ser elogiado quando ocorre, já que hoje uma música sobre uma menina que pulou para entrar na calça jeans faz sucesso). Quando assisti ao clipe de 1 2 3 4, pensei: "ok, essa música deve ser bobinha". Errei feio. Ela é bem mais profunda do que parece. Fala sobre nossos sonhos de adolescentes que ainda estão presentes. Numa dessas noites em que demorei para dormir, fiquei pensando nisso. Queria mudar o mundo, mas não vou. Contudo, sei que de alguma forma, ainda é isso o que eu quero. E por aí vai. Admiro quem consiga pensar nessas coisas. Se você não consegue, sinto muito, mas nem eu nem o mundo esperamos muito de você.

Fica a dica.


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