19 abril, 2008

Poderia falar de um milhão de coisas apenas para justificar o novo layout do blog. Mas só quero dizer que não, eu não tenho os ossos de vidro.

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Estou no início do livro Travessuras da menina má, do Mário Vargas Llosa. Faz algum tempo que desejava ler esse livro, mas só agora criei vergonha na cara para tal. Nas férias, durante minha visita ao Chile, li outro livro do Vargas Llosa - Pantaleão e as visitadoras. Divertidíssimo. Pantaleão Pantoja é um oficial do exército peruano extremamente dedicado a seu ofício. Ele é requisitado para uma missão secreta um tanto quanto inusitada: coordenadar o serviço das visitadoras (lê-se prostitutas mesmo) no exército. O que parecia absurdo dá certo. O trabalho das meninas cresce graças à organização do protagonista. No entanto, Pantaleão e seus companheiros são descobertos. Toda a sociedade se volta contra o exército peruano. A situação toma proporções gigantescas. Assuntos mais sérios, como uma seita religiosa que vem matando muitas pessoas no país, são deixados de lado pelo governo e pela mídia. Começa uma verdadeira crucificação de Pantaleão que, claro, leva toda a culpa em suas costas de militar dedicado.

Vargas Llosa apresenta ao público uma narrativa genial. Diálogos entre personagens são mesclados com os divertidos relatórios que Pantaleão escreve e envia a seus supervisores. Mais inteligente do que a narrativa é o conteúdo da obra. Pantaleão e as visitadores é, acima de tudo, uma crítica à hipocrisia e às esferas de poder. O livro mostra como os poderosos se aproveitam da ingenuidade alheia. Quem duvida, espere até a última página, na qual a verdadeira hipocrisia é revelada.

Vontade de embrulhar e dar de presente um exemplar de Pantaleão e as visitadoras a todos aqueles que precisam rever seus conceitos.

2 comentários:

Yuri A. disse...

O Layout novo ficou irado! E adorei também Pantaleão e as Visitadoras. Retrata bem o tipo de pessoa que quer administrar uma palhaçada de maneira séria. Muito engraçado!
Beijo querida!

Luan Iglesias disse...

Já estava com saudade desse teu texto e de tuas opiniões.

Já li Vargas Llosa e sei do que falas.

Espero que não tenha esquecido de mim.

Um beijo,

Luan.